A Origem do Breaking no Brasil

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Explicar passos de dança seria repetitivo e muito difícil, tão difícil quanto à trajetória de todos esses artistas, ou como eles preferem, B-Boys, que numa época praticamente sem recursos, quando as perspectivas de crescimento junto ao público e ao mercado dependiam da qualidade e do amor, fizeram seu papel, garantindo o futuro em todos os lugares, como no Brasil, onde o Breaking está vivo, e tem representante genuíno e de nível internacional.

Desde 1982, Nelson Triunfo e a posse Funk Cia, já mostravam o Breaking na movimentadíssima Rua 24 de Maio, no coração de São Paulo. Quando a “brincadeira” acabou por lá, a estação São Bento tornou-se, para sempre o templo dos B-Boys de todo o Brasil. Lá se formaram crews que mereceram a história do Breaking, como Crazy Crew, Street Warriors, Nação Zulu, Fantastic Force, Jabaquara Breakers e Back Spin Kings.

A partir daí também se celebravam artistas do Graffitti como “Os Gêmos” e outros. Através do Breaking também surgiram vários artistas, hoje famosos no Rap, tais como: X (Câmbio Negro), GOG, PMC (Poetas da Rua), M.T.Bronks, KLJ (Racionais MC’S) DJ Raffa, Magno (Visão Urbana), Marcão (Baseado nas Ruas), e uma das provas da universalidade do Breaking é que das “rodas” de Breaking saíram DJs que brilham no circuito Dance, como o Dj Maumau e o Multi-Homem DJ MC Jack (Rivage-SC). O Breaking brasileiro cresceu, e em 1993 proporcionou ao público a 1ª Amostra Nacional de Hip Hop, levando um grande público ao espaço cultural metrô São Bento.

Em 1999 aconteceu o primeiro campeonato brasileiro de Breaking que contou com a participação de muitos grupos mas que em seu ano seguinte(2000) contou com mais de 30 crews de todo o país mostrando que o Breaking está em todo o nosso país.

Características do B.Boying: A dança sempre tem inicio com uma preparação chamada de Top Rock, em seguida o dançarino desce para o chão fazendo o passo conhecido com footwork e sempre finaliza com algum freeze (congelamento). Podendo mesclar com movimentos de impacto, conhecidos com Power Moves e Spins.
O Top Rock (originado no Bronx) tem hoje a função de apresentação, ao entrar na roda, o B.Boy ou da B.Girl completa, nunca deixa de apresentar o seu Top Rock, é o cartão de visitas apresentando o seu estilo, só depois ele desce ao chão para executar o Footwork. Quem não apresenta o seu Top Rock e o seu Footwork na roda não pode ser considerado um B.Boy ou B.Girl completo.

Voltando, o Footwork (conhecido por nós como Sapateado) é o trabalho realizado pelos pés movimentando o corpo circularmente com o apoio das mãos.

O Footwork é à base do B.Boying. Após sua rotina, o B.Boy sempre termina sua entrada com um Freeze (uma congelada). Um Freeze bem feito deve durar pelo menos três segundos na posição escolhida, como já me disse a lenda Mr Freeze.

Por fim, entram os Moves (movimentos). O giro de cabeça, os saltos, os moinhos de vento, etc. São movimentos influenciados pela ginástica, ginástica olímpica com tempero da Rua. Existe uma grande discussão mundial, sobre o valor real dos Moves. Não há dúvida que um leigo em Hip Hop vai achar um Mortal “melhor” do que um Footwork. Porque o mortal é mais difícil, é mais bonito. O que tem ocorrido é que a última geração de B.Boys e B.Girls assitem as fitas de campeonatos e vêem muitos Moves. Na hora de ensaiar, esquecem da base (Up Rock, Top Rock, Footwork) e só ensaiam saltos. Não é conservadorismo que um bom B.Boy ou B.Girl é aquele que é completo, ou pelo menos se esforça para isso.

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